“A Fúria da Incógnita”
O silêncio sepultava a propriedade de Louvent, como um túmulo que esperava pela chuva que viria para reviver a morta paisagem. Ars vivia no meio disso, em um estado de constante tensão, a espera de um estopim que explodisse a situação política que começava a ganhar uma face sombria. Mas nem a menor das pessoas poderia prepará-lo para a tormenta que estava prestes a abater-se sobre ele: a descoberta de uma noiva que nunca soube existir.
A história começou com um bilhete anônimo, um envelope branco e um cartão com o logotipo de um clube de cavaleiros. O nome impresso no cartão era “Margarida de Vilanova”, e na mensagem escrita à mão havia apenas quatro palavras: “Você é meu marido”. Ars sentiu a sangue frio. O que significava aquilo? Quem era Margarida de Vilanova e por que sabia dele?
O estresse começou a subir de tom, misturado com a confusão e a ansiedade. Ars se lembrou de que a mãe dele havia falado em uma irmã, Margarida, que havia morrido antes dele nascer. Mas nunca ouviu falar de um clube de cavaleiros. A mente começou a correr louca, criando mil possibilidades e desculpas. Mas nenhuma delas podia explicar a presença daquela mensagem misteriosa em sua vida.
Quando a porta do escritório foi escancarada, Ars encontrou-se cara a cara com uma figura misteriosa, envolta em uma capa de cetim preto e um chapéu alto. Ela parecia saída de um livro de histórias, mas havia algo em seus olhos que não estava certo. Era como se ela conhecesse um segredo que ele ainda não descobria.
“Ars, eu vim para encontrar o meu esposo”, disse ela, sua voz suave como a lua.
A respiração de Ars estava quase parada. O que estava acontecendo? Por que aquela mulher achava que era sua esposa? E como ela sabia que era o seu marido?
“Ars, eu tenho documentos que provam que somos casados”, disse ela, seu sorriso amável mas perigoso. “Você tem um acordo de família que pode mudar a vida inteira. E eu venho para reclamar meu direito”.
A luz do sol começou a diminuir, como se o dia estivesse prestes a terminar. A tempestade que estava prestes a explodir estava bem próxima. Ars sentiu-se encurralado, como um peixe em um barco de pesca. Tinha que descobrir o que estava acontecendo e encontrar uma maneira de parar a furiosa Margarida antes que ela o arrastasse para um mundo que não conhecia. Mas por agora, a sombra que pairava sobre ele era a de um passado que nem sequer sabia que possuía.
